Da infância à terceira idade: como o glaucoma afeta diferentes idades

O glaucoma é uma doença ocular que afeta a visão de milhões de pessoas ao redor do mundo. Embora seja comum em adultos mais velhos, o glaucoma pode afetar pessoas de todas as idades. Neste texto, exploraremos como o glaucoma afeta diferentes faixas etárias, suas causas, sintomas e opções de tratamento para cada grupo etário.

O que é glaucoma e como ele se desenvolve

O glaucoma é uma doença que danifica o nervo óptico, responsável por transmitir as informações visuais ao cérebro. Esse dano ocorre, na maioria das vezes, devido à elevação da pressão ocular, mas também pode surgir em pessoas com pressão ocular normal. O principal problema do glaucoma é que ele é assintomático nas fases iniciais, dificultando o diagnóstico precoce.

Existem diferentes tipos de glaucoma, sendo o mais comum o glaucoma de ângulo aberto. Nesse caso, o fluido ocular não drena corretamente, aumentando a pressão dentro do olho. Já o glaucoma de ângulo fechado ocorre quando o canal de drenagem é bloqueado subitamente, provocando uma elevação rápida da pressão intraocular.

Outro tipo importante é o glaucoma congênito, que afeta recém-nascidos e crianças pequenas. Essa condição está associada a defeitos no desenvolvimento ocular durante a gestação, levando a sintomas como olhos aumentados e sensibilidade à luz.

Glaucoma em crianças

Embora o glaucoma seja raro em crianças, é importante entender como ele se manifesta nessa faixa etária. O glaucoma congênito geralmente é detectado nos primeiros meses de vida. Os principais sinais incluem olhos grandes, lacrimejamento excessivo e opacidade da córnea.

Em crianças mais velhas, o glaucoma pode passar despercebido por apresentar poucos sintomas. A criança pode relatar dificuldade para enxergar, dores de cabeça frequentes ou até mesmo perda de visão periférica, mas esses sinais nem sempre são reconhecidos imediatamente pelos responsáveis.

Glaucoma juvenil

O glaucoma juvenil se manifesta em crianças a partir dos 5 anos. Diferentemente do glaucoma congênito, essa forma pode surgir sem sintomas evidentes, tornando o diagnóstico mais desafiador. Sintomas como dor de cabeça e perda do campo visual periférico podem ocorrer, mas geralmente em estágios mais avançados da doença. 

Glaucoma em adultos jovens

Em jovens e adultos, o glaucoma costuma ser mais associado ao tipo de ângulo aberto. Nesta faixa etária, os sintomas são silenciosos, o que dificulta a detecção. A perda de visão periférica, um dos primeiros sinais, é gradual e pode passar despercebida até que o dano seja significativo.

Algumas condições podem aumentar o risco de glaucoma em adultos jovens, como traumas oculares, uso prolongado de medicamentos com corticoides e doenças como diabetes. Por isso, a prevenção e o acompanhamento regular são fundamentais.

No caso de adultos acima dos 40 anos, o risco de desenvolver glaucoma aumenta significativamente. Exames oftalmológicos de rotina, incluindo a medição da pressão intraocular e a avaliação do nervo óptico, ajudam a identificar a doença em estágio inicial.

Glaucoma em idosos

O envelhecimento é um dos principais fatores de risco para o glaucoma. Após os 60 anos, as estruturas do olho passam por mudanças naturais que podem comprometer a drenagem do fluido ocular, elevando a pressão intraocular.

Idosos também estão mais suscetíveis ao glaucoma de ângulo fechado, especialmente aqueles com anatomia ocular que favorece o bloqueio do ângulo de drenagem. Esse tipo de glaucoma pode surgir de forma súbita, causando dor intensa, vermelhidão ocular e visão turva.

Além disso, a progressão do glaucoma pode ser mais rápida em idosos devido à menor capacidade de regeneração do nervo óptico. Por isso, exames regulares e o controle rigoroso da pressão intraocular são essenciais nessa fase da vida.

Diagnóstico e tratamento em diferentes idades

O diagnóstico do glaucoma é feito por meio de exames oftalmológicos específicos, como a tonometria, que mede a pressão intraocular, e a campimetria, que avalia a perda do campo visual. Em casos suspeitos, outros exames, como tomografia de coerência óptica, podem ser realizados para analisar o estado do nervo óptico.

O tratamento do glaucoma varia de acordo com a idade, o tipo e a gravidade da doença. O objetivo principal é reduzir a pressão intraocular para evitar danos adicionais ao nervo óptico. Em crianças e recém-nascidos, o tratamento frequentemente inclui cirurgia para corrigir os defeitos estruturais. Quando a cirurgia não for possível, o médico pode prescrever medicações, inclusive colírios, que também consigam controlar a pressão. 

Já em adultos, as opções incluem colírios, que ajudam a reduzir a produção de fluido ocular ou melhorar sua drenagem, além de tratamentos a laser e procedimentos cirúrgicos. É importante destacar que, embora o glaucoma não tenha cura, o tratamento adequado pode preservar a visão e garantir qualidade de vida.

Prevenção: como proteger os olhos

A prevenção do glaucoma começa com consultas regulares ao oftalmologista. A recomendação é que pessoas com mais de 40 anos realizem exames anuais, especialmente aquelas com histórico familiar da doença ou condições de risco, como hipertensão ocular.

Além disso, adotar hábitos saudáveis pode contribuir para a saúde ocular. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e controle de doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão, são aliados importantes na prevenção do glaucoma.

Com a conscientização e o acompanhamento médico regular, é possível controlar o glaucoma e garantir uma melhor qualidade de vida, independentemente da idade. Se você tem dúvidas sobre a saúde dos seus olhos, não hesite em procurar um oftalmologista e cuidar do que há de mais valioso: a sua visão.

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